sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

AULA DE CAMPO: EUTROFIZAÇÃO DO RIO POTY

     O rio Poty nasce no Estado do Ceará, pela junção dos riachos Santa Maria e Algodões sobre rochas cristalinas, pré-cambrianas, nas proximidades da cidade de Algodões indo ao norte, num percurso em torno de 105 km, até a cidade de Crateús (CE). Daqui, o rio segue para noroeste, por um trecho aproximado de 20 km, até receber, pela sua direita, o rio Jatobá, vindo do leste, partindo então, em direção leste-oeste, em um percurso de 20 km até a cidade de Ibiapaba. Nesta região elevada chamada Serra Grande esculpiu a sua entrada na Bacia Sedimentar do Parnaíba, até cruzar a fronteira entre o Estado do Ceará e Piauí. Neste Estado, o rio Poty continua para oeste até a cidade Olho D’ Água, onde muda sua direção para norte, por influências geoestruturais, recebendo pela margem direita do lado nordeste, o rio Macambira.
    No Brasil, e na maioria dos países em desenvolvimento, a maior parte do esgoto bruto é lançada sem nenhum tratamento prévio nos cursos de água. Esse grande aporte de matéria orgânica e poluentes tem sido relatado como o principal responsável pela eutrofização de uma grande variedade de ambientes aquáticos, gerando preocupação crescente pelo alto grau de poluição e contaminação em que se encontram, atualmente, lagos e outros ambientes continentais (TUNDISI, 2003).





     O aumento das concentrações de nitrogênio e fósforo são as principais causas da eutrofização em ecossistemas continentais, onde pode haver rápido desenvolvimento de algas e crescimento excessivo de plantas aquáticas, como cianobactérias e Eichhornia crassipes ou Pistia stratiotes, respectivamente (TUNDISI, 2003).






     Segundo SMITH & SCHINDLER (2009), a eutrofização pode levar à alteração no sabor, no odor, na turbidez e na cor da água, à redução do oxigênio dissolvido, provocando crescimento excessivo de plantas aquáticas, mortandade de peixes e outras espécies aquáticas, além do comprometimento das condições mínimas para o lazer na água.




Referências:

TUNDISI, J. G. Água no século 21: enfrentando a escassez. RIMA/IIE, 2003.
SMITH, V. H. & SCHINDLER, D. W. Eutrophication science: where do we go from here? Trends in Ecology and Evolution 24: 201-207. 2009.

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